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FISIOTERAPIA + BALLET = PREVENÇÃO DE LESÕES E APRIMORAMENTO TÉCNICO

Fisioterapeuta, Bailarina Clássica, CEO do Site Educacional BYKAAGONTIJO.COM,

Mestre e Doutora em Ciências do Movimento UFRGS.


 

A prática da dança, de forma geral, é caracterizada pelo uso de movimentos repetitivos, logo, entender o modo de recrutamento e ação dos músculos utilizados durante a atividade​ e do que se trata uma boa execução psicomotora desses movimentos, não só aumenta a habilidade dos seus praticantes como também minimiza potencialmente o risco de lesões (KWON, WILSON & RYU, 2007). Podemos dizer, assim, que a repetição de movimentos na dança pode desencadear problemas posturais pelo próprio processo efetuado para a automatização dos gestos que a compõem (GONÇALVES, SANTOS & DUARTE, 1989; CARPENSEN, POWELL & CHRISTENSON, 1985, TOLEDO et al, 2004).


De maneira geral, Watson (1983), Juli (1983) e Motta e Maia (1992), apresentaram dados que concordam com este panorama, salientando que os riscos causados ao organismo por qualquer atividade física repetitiva fazem com que as estruturas sejam afetadas em função tanto da quantidade e especificidade dos movimentos realizados quanto da forma, adequada ou inadequada, de execução. O aparecimento dessas lesões, consequentemente, acaba resultando no abandono da prática mesmo após a aplicação de diferentes tipos de tratamentos convencionais voltados para reabilitação.


Sendo assim, diante desta realidade, estamos em vias de publicação de um artigo científico, novos materiais educativos e cursos de formação online e presenciais onde defendemos uma linha de tratamento fisioterapêutico focado na reeducação da postura, do movimento e do auto-conhecimento psicocorporal de cada ser. Esta linha foi batizada como PREVLE – Prevenindo Lesões e, especialmente para bailarinos, ela se desdobra no DEETEC PREVLE – Desenvolvendo a Técnica Prevenindo Lesões, ambas de minha autoria com a ajuda e parceria de mentes que considero brilhantes. Fundamentalmente nos baseamos, para desenvolvê-las, no raciocínio cinesiológico e neuropsicomotor francês descrito e desenvolvido pelas psicomotricistas Suzane Piret e Marie Madeleine Béziers, denominado “Coordination Motrice” ou Coordenação Motora (SANTOS, 2002; BIANCHI & NUNES, 2015). Isso se deve ao fato de considerarmos esse raciocínio com grande potencial para, além de aprimorar a performance dos bailarinos, prevenir e tratar lesões principalmente no que tange à organização dos seus membros inferiores, pois prima pela estabilização dinâmica de todas as articulações, deixando-as coordenadas e aptas para executar todo e qualquer movimento harmonicamente, sem estresses lesivos.


 

Vídeo demonstrativo de um atendimento fisioterapêutico com base neuropsicocomportamental.

 

Referências

Bianchi P, Nunes SM. A Coordenação Motora como Dispositivo para a Criação: uma abordagem somática na dança contemporânea. Revista Brasileira de Estudos da Presença. 2015;5(1):148-168.

Carpensen CJ, Powell KE, Christenson GM. Physical Activity, exercise and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Reports. 1985;100(2):172-179.

Gonçalves DV, Santos ARB, Duarte CR. Avaliação postural em praticantes de natação: uma análise crítica. Revista Brasileira de Ciência Movimento. 1989;3(2):16-23.

Juli RB. Acción de la sobrecarga deportiva sobre el aparelho locomotor del niño y de adolescente. Apunts. 1983;20:85-95.

Kwon Y, Wilson M, Ryu J. Analyses of the hip joint moviments in grand Rond de jambe em l’air. Journal of Dance Medicine & Science. 2007;11(3):93-99.

Motta JA, Maia JAR. A postura como fator de observação na escola. Revista Brasileira de Ciências do Movimento. 1991;5(2):36-39.

Santos A. A biomecânica da coordenação motora. 2 ed. São Paulo: Editora Summus, 2002.

Toledo SD, Akuthota V, Drake DF, Nadler SF, Chou LH. Sports and Performing Arts Medicine. Issues relating to dancers. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 2004;85(3):S75-8.

Watson AWS. Posture and participation in sport. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. 1983;23(3):231-239.


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