Complexo do Ombro #07
- Fisioterapeuta Lucas Job
- 1 de dez. de 2018
- 2 min de leitura
Tendão da porção longa do Bíceps Intra-Articular
Como falamos nos post anteriores o tendão da cabeça longa do bíceps (verde claro) passar por dentro da cápsula articular do úmero.
Aqui vamos mostrar em um corte coronal a articulação glenoumeral, podemos observar as irregularidades da cavidade glenoide na parte óssea desaparece quando a cartilagem está intacta (destaque em azul mais forte).
A margem da cavidade glenoide não é muito congruente com a cabeça do úmero, explicando assim as possíveis luxações, e estas ocorrem com grande frequência. Ainda a margem superior não está totalmente fixada, e o centro da cavidade a cartilagem apresenta-se livre fazendo um papel similar a um menisco.

Na postura anatômica a porção superior apresenta-se tensa, enquanto a porção inferior apresenta as pregas que proporcionam a liberação até o movimento de 180º de flexão ou abdução.
A inserção da porção longa do bíceps é no tubérculo supra glenoidal, e sai da articulação pela incisura intertuberositária e desliza para baixo da cápsula.
Na medida que o tendão do bíceps sai da cápsula articular a sinovia se prende a ele de três formas diferentes, em preto a capsula articular, em azul a sinovia e em amarelo o tendão do bíceps.
Aderido a superfície profunda da cápsula pela sinovia, primeira imagem.
A sinovia apresenta duas pontas, como um fundo de saco, entre a cápsula e o tendão que se unem a cápsula formando um fino septo (segunda imagem).
As duas pontas se fundem de tal forma que desaparecem, o tendão fica liberado, mas envolvido por uma pequena lâmina sinovial (terceira imagem).

Essa disposição é encontrada de medial para lateral mas de qualquer forma, o tendão mesmo intracapsular, permanece extra-sinovial.
Sabemos que quando o bíceps se contrai para elevar um objeto mais pesado as suas duas porções desempenham papel importante na coaptação do ombro. a porção curta eleva o úmero em relação a escápula e se apóia sobre o processo coracoide, juntamente com a porção longa do tríceps, coracobraquial e deltoide, impedindo a luxação da cabeça umeral para baixo.
Ao mesmo tempo a porção longa do bíceps coapta a cabeça do úmero contra a cavidade glenoide, isto é no caso de uma abdução, porque a porção longa do bíceps também auxilia na abdução do ombro, em cerca de 30% da força neste movimento.
Quando o úmero está em rotação externa a eficácia da cabeça longa do bíceps é máxima, em rotação interna a capacidade de forma da cabeça longa do bíceps é mínima além de que acima de 60º ocorre impactação do tendão da supraespinhal na região subacromial durante a abdução.
O formato desse tendão, em curva, acaba por aumentar a tensão sobre ele, visto que este não possui um sesamoide, então se ele não estiver em excelente trofismo, a fadiga muscular e o aumento de tensão nos tendões poderá gerar desgaste do tendão ou ruptura do mesmo. Normalmente a porção a se romper é a intra-articular na entrada do sulco, ou no canal bicipital, inclusive a ruptura pode ocorrer com esforço mínimo quando já há desgaste do tendão.
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