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Mobilização Neural - Avaliação

Como discutimos no artigo anterior sobre as tensões neurais e a influência dos escalenos no tecido nervoso, agora veremos como realizar os testes dos principais nervos do membro superior.


Lembrando que os testes são parte de um diagnóstico mais profundo, eles não são o resultado final da investigação, e sim dão pistas sobre o que poderá ser tratado no paciente.


Lembre-se que este não é um curso, muito menos um local onde você irá aprender essa técnica e sim apenas um informativo para que você busque mais informações sobre o assunto.


Eu sugiro o Livro Mobilizando o sistema Nervo do David Buttler.


A principal função do Sistema Nervo é a condução de impulsos nervosos, é o que nos mantêm vivos, porém esta capacidade é extremamente dependente de suas funções mecânicas, Não cabe ao SN somente conduzir impulsos por meio de grandes amplitudes e complexidades de movimento, mas também adaptar-se mecanicamente a esses movimentos, retraindo-se e alongando-se, podendo até mesmo limitar essas amplitudes em certas combinações de movimentos (1,2)


Existem algumas maneiras de trabalhar o sistema nervoso, os nervos neste caso, uma maneira direta outra indireta, um método deslizante outro tensionante.


A mobilização direta ocorre quando há tensionamento dos nervos do sistema nervoso periférico, através de manobras oscilatórias de algumas articulações, de forma passiva, em diversas amplitudes diferentes sempre respeitando o trajeto do nervo.


As mobilizações indiretas são manobras que colocam os nervos a serem tratados, em tensão mas de não diretamente ao trajeto do nervo mas sim utilizando estruturas adjacentes, normalmente se utiliza esta técnica quando há uma lesão aguda no tecido nervoso.


Dentro das mobilizações diretas ou indiretas, podemos realizar mobilizações deslizantes ou tensionantes, nas deslizantes mobilizamos o trato neural do nervo em específico a ser tratado sem provocar tensão no tecido, utilizamos quando a dor é muito grande e o paciente não suporta tensões.


As mobilizações tensionantes, como seu nome mesmo já diz, provocam tensão no tecido neural, o objetivo é restabelecer as capacidades mecânicas do nervo para tolerar alongamentos do trajeto do nervo, não são manobras de alongamento e sim movimentos oscilatórios de uma combinação de articulações para levar o tecido nervoso a tensão máxima suportável por este. São manobras mais agressivas não sendo indicadas para paciente com dores muita elevadas, a força e amplitude de movimento será ajustada para produzir sensação de alongamentos suaves.


No livro de Butler, Mobilização do sistema nervoso de 2003, explica que o repouso pode ser importante para o controle da dor, mas o movimento apropriado tem um fator importantíssimo na redução dos sintomas assim como auxiliar na redução do processo inflamatório. Para tais resultados o terapeuta deve proporcionar o máximo conforto para o paciente, executando movimentos lentos, rítmicos, iniciando a distância do foco da dor, com amplitudes pequenas e aumentando gradativamente, e obviamente sem provocar nenhum sintoma.


Quando o paciente não apresenta irritação ao estímulo de estresse do nervo o tratamento poderá ser um pouco diferente, causando um leve desconforto a amplitude pode ser maior, normalmente são paciente com problemas crônicos onde os sintomas cessam após cessar o movimento.


Os testes que avaliam as tensões, inflamações e todo o envolvimento do tecido nervoso nas algias e restrições de movimento, estas avaliações nos proporcionam diagnósticos musculoesqueléticos, os testes neurodinâmicos envolvem um conjunto de posturas sequenciais, onde o terapeuta posiciona o avaliado de forma passiva para verificar a capacidade adaptativa do tecido nervoso. (1)


O teste do nervo mediano é o teste que estressa mais regiões diferentes das origens nervosas como vimos no artigo anterior, a aplicação do teste consiste em uma sequência de movimentos, iniciando com o posicionamento da cabeça e pescoço para o lado oposto ao membro a ser tratado, seguido de depressão da cintura escapular, abdução do ombro a até 90°, supinação do antebraço, extensão do cotovelo, extensão do punho e dedos, lembrando que tudo conforme tolerância do paciente e executado de forma muito lenta (1).


No vídeo há a demonstração do processo.




Aqui demonstramos o teste do nervo radial



Neste último vídeo o teste do nervo Ulnar



A título de tratamento muitas vezes devemos iniciar o tratamento com mobilizações da região cervical primário as tensões do trato neural.



A mobilização do trato neural apresenta uma importância clínica durante o tratamento de desordem crônica e agudas, e por vezes é ignorada durante a fase de reabilitação. Poucos estudos conseguem demonstrar a eficácia isolada da técnica, devido ao fato de outros tratamentos serem executados ao mesmo tempo. Alguns estudos como o de Vasconcelos e colaboradores conseguiram demonstrar a capacidade da mobilização neural aumentar a amplitude de movimento mesmo em pessoas sem nenhum sintoma.


Referências


Butler DS. Mobilização do sistema nervoso. São Paulo: Manole; 2003.


Cerqueira MP, Reis AMO. Mobilização neural no tratamento da síndrome do túnel do carpo. Ter Man. 2003; 2(2):82-5.


Vasconcelos D. de A., Lins L. C. R. F., Dantas E. H. M., Avaliação da mobilização neural sobre o ganho de amplitude de movimento, Fisioter. Mov., Curitiba, v. 24, n. 4, p. 665-672, out./dez. 2011


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