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Função Postural do Diafragma

Tradução do Artigo:


Postural Function of the Diaphragm in Persons With and Without Chronic Low Bac Pain de Pavel Kolár et al. 2012 publicado no Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy


Disponivel em:



Tradução livre pelo Fisioterapeuta Lucas Job


Introdução: Apesar da alta prevalência de dor lombar na população, as opções cientificamente comprovadas quanto aos tratamentos, ainda são limitadas, as estratégias de exercícios e movimentos mais bem aceitas atualmente são a estabilização de tronco e controle postural (1). Por outro lado a função do diafragma parece influenciar diretamente a função estabilizadora do tronco especialmente em atividades posturais. (2,3,4).


Diversos estudos têm apresentado que o cinturão pélvico e a coluna lombar apresentam movimentos reflexos, estabilizadores, previamente aos movimentos das extremidades, (4,5,6,7).


“Inclusiva em nossa série sobre o complexo do ombro isso foi abordado algumas vezes”


O sistema Nervoso Central deve estar apto para antecipar movimentos e estabilizar a musculatura do core por inteiro de forma mais automática (entenda como funciona o mecanismo em fatores neurobiológicos na tomada de decisão), essa contração do core promove estabilidade para que o corpo possa realizar as suas ações volitivas.


O Bracing, é um movimento que consegue manter todos os segmentos da coluna em uma posição neutra biomecanicamente durante os movimento ativos.


Já a segmentação de movimentos tem sido relatada como a ativação sinérgica entre os extensões e todos os músculos que modulam a pressão intra-abdominal (diafragma, músculos do assoalho pélvico, e musculatura das paredes abdominal, formando um cilindro) - Demostrado na imagem ao lado, está é uma das formas utilizadas e pregadas por Hodges.


Nesse pensamento em cilindro o diafragma é um dos músculos que mais contribui para o controle da pressão intra abdominal, modulando-a, assim ele desempenha um importante papel na estabilização lombar.


Alguns dos fatores mais importantes para as desordens lombares e lombalgia, são a baixa atividade muscular (do cilindro), baixa coordenação, ativação insuficiente da musculatura, posturas inadequadas, e contração excessiva de músculos da parede anterior do abdômen.

Claro que doenças como espondiloartrose, espondilolistese também são fatores que aumentam as dores lombares.


Até o momento do estudo não havia nenhum estudo que comparasse a atividade muscular do diafragma em pessoas com dores crônicas na coluna lombar, com pessoas hígidas.


O objetivo do estudo foi examinar a excursão respiratória do diafragma em inspirações e expirações em diferentes posturas, durante respirações normais em ar corrente, e durante posturas com tarefas de movimento em seus membros, em pacientes com dor lombar crônica e em pessoas saudáveis.

Base atual: A função de estabilização do diafragma é um fator etiológico de desordens da coluna, de qualquer modo este estudo foi desenhado especificamente para testar o diagrama de forma dinâmica em pessoas com desordens crônicas da lombar.


Método:


Dezoito pacientes com dor lombar crônica que aumentam em circunstâncias como sobrecarga, com diagnóstico clínico e exames de imagem como ressonância magnética, foram comparados a vinte nove sujeitos saudáveis previamente examinados em outro estudo (8).


Para ser incluído na pesquisa como portador de dor lombar crônica o sujeito não deveria ter alguma lesão lombar prévia, mas possuir sintomas de dor com duração ao menos de 6 meses de sintoma, sem alterações músculo esqueléticas resultantes de trauma.


Dentro do grupo de dor lombar foram encontrados 7 participantes com espondilose e estenose, dois com espondilolistese, 5 com espondilose e hérnia discal e 4 pacientes que haviam se operado por causa de espondilose, estenose e hérnia discal (todos sem traumas na coluna espinhal previamente).


Os dois grupos foram testados em suas funções pulmonares e apresentaram normalidade nos resultados, visto que este era um teste de exclusão.


As alterações nas colunas dos pacientes foram consideradas, através de Ressonância magnética, alterações anormais por estresse excessivo em elementos estruturais da coluna lombar.


O grupo controle foi composto por 4 homens e 25 mulheres, com idade média de 29 anos +/- 7 anos, altura de 168 cm +/- 8 cm e peso de 64 Kg +/- 8 kg. Já o grupo dos participantes do dor crônica na lombar foi formado por 11 homens e 7 mulheres, com idade de 48,6 anos =/- 13 anos, altura de 177 cm +/- 11 cm, peso de 84 kg +/- 16 kg.


Procedimentos:


Os participantes foram submetidos a exames de ressonância magnética dinâmica, e espirometria especializada durante a ressonância magnética, para mensurar a excursão do músculo diafragma, os exames foram realizados na postura de supino.


Os dados foram coletados durante respiração natural isoladamente, e juntamente com flexão isométrica das extremidades superiores e inferiores contra uma resistência e realizando a respiração natural. Também foram realizados testes respiratórios de PImax e PEmax os exercícios foram realizados por 20 segundos no mínimo.

As contrações isométricas foram realizadas com o mínimo de flexão de quadril, cerca de 15 graus, e 15 graus e contrações isométricas de flexão de ombro com extensão de cotovelo, o mesmo fisioterapeuta acompanhou todos os sujeitos durante os testes isométricos.


Todos os sujeitos testados puderam realizar os testes isométricos sem apresentar dores lombares.

Resultados:


Os grupos apresentaram diferenças na idade, percentual de gênero, e massa corporal, onde p<0,001, sendo o grupo dos pacientes com dor crônica lombar mais alto, mais velho e mais pesado.

Foram realizados análises de coordenadas multivariáveis, e verificado que em posturas sem a realização de contrações, a respiração natural não apresentou diferença nas excursões diafragmáticas dos grupos, tanto na inspiração quanto na expiração sendo p>0,005.

No grupo dos pacientes com dores lombares foram encontrados menores excursões diafragmáticas com uma posição das cúpulas diafragmáticas mais alta, nos movimentos dos membros superiores e inferiores enquanto realizavam a respiração natural sendo p=0,02 na comparação de Membros Superiores e p=0,006 para membros inferiores. As maiores alterações foram encontradas nas regiões costais e médias do diafragma.


Uma análise de de covariância de uma via foi realizada e encontrou uma redução no tempo de ativação do diafragma na região posterior-medial nos pacientes com dor lombar tanto para a respiração natural e movimentos dos membros superiores quanto para membros inferiores.


Conclusão:


Pacientes com dor lombar crônica apresentam disfunções na ativação e postura de diafragma, o que contribui para a etimologia da doença de base. Foram encontradas alterações na atividade do diafragma quando se executa uma tarefa muscular de membros em pacientes com dor lombar crônica, estes apresentam movimentos do diafragma reduzidos, combinado com um deslocamento cranial da porção anterior e média do diafragma, e uma ativação descoordenada da porção medial posterior e crural, contribuindo para o aumento dos sintomas de dor lombar em pacientes com dor lombar crônica.

Referencias:

Ebenbichler GR, Oddsson LI, Kollmitzer J, Erim Z. Sensory-motor control of the lower back: implications for rehabilitation. Med Sci Sports Exerc. 2001;33:1889-1898.

Hemborg B, Moritz U, Lowing H. Intra-abdominal pressure and trunk muscle activity during lifting. IV. The causal factors of the intraabdominal pressure rise. Scand J Rehabil Med. 1985;17:25-38.


Hodges PW, Butler JE, McKenzie DK, Gandevia SC. Contraction of the human diaphragm during rapid postural adjustments. J Physiol. 1997;505 pt 2:539-548.


Hodges PW, Richardson CA. Relationship between limb movement speed and associated contraction of the trunk muscles. Ergonomics. 1997;40:1220-1230. http://dx.doi. org/10.1080/001401397187469


Aruin AS, Latash ML. Directional specificity of postural muscles in feed-forward postural reactions during fast voluntary arm movements. Exp Brain Res. 1995;103:323-332.


Hodges P. Lumbopelvic stability: a functional model of biomechanics and motor control. In: Richardson C, Hodges P, Hides J, eds. Therapeutic Exercise for Lumbopelvic Stabilization. 2nd ed. Sydney, Australia: Churchill Livingstone; 2004:13-28


Hodges PW, Cresswell AG, Daggfeldt K, Thorstensson A. Three dimensional preparatory trunk motion precedes asymmetrical upper limb movement. Gait Posture. 2000;11:92-101


Kolar P, Sulc J, Kyncl M, et al. Stabilizing function of the diaphragm: dynamic MRI and synchronized spirometric assessment. J Appl Physiol. 2010;109:1064-1071. http://dx.doi. org/10.1152/japplphysiol.01216.2009

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