Efeitos imediatos da manipulação cervical, na dor e marcadores bioquímicos em mulheres com dor agud
- Tradução Lucas Job
- 8 de jan. de 2019
- 4 min de leitura
Artigo Original: The immediate effects of cervical spine manipulation on pain and
biochemical markers in females with acute non-specific mechanical neck pain:
a randomized clinical trial
Autores: E.B. Lohman, G.R. Pacheco, L. Gharibvand, N. Daher, K. Devore, G. Bains, M. AlAmeri & L.S. Berk
Para citação deste artigo: E.B. Lohman, G.R. Pacheco, L. Gharibvand, N. Daher, K. Devore, G. Bains, M. AlAmeri & L.S. Berk (2018): The immediate effects of cervical spine manipulation on pain and biochemical markers in females with acute non-specific mechanical neck pain: a randomized clinical trial, Journal of Manual & Manipulative Therapy, DOI: 10.1080/10669817.2018.1553696
Link para o artigo original: https://doi.org/10.1080/10669817.2018.1553696
Introdução
Dores na região do pescoço é um fenômeno comum que promovem diversos graus de disfunção, a manipulação espinhal é uma técnica comum no tratamento de dores no pescoço, com efeitos mecânicos, neurofisiológicos e analgésicos (1), mulheres possuem maior grau de propensão para dores no pescoço do que homens (2,3).
Em 2017 o governo americano, em seu departamento de saúde e serviços humanos, declarou uma haver um problema de emergência pública relacionada aos medicamentos relacionados a opioides, duas destas estratégias são expandir as pesquisas focadas no manejo da dor e melhora das práticas de manejo da dor (4).
Estratégias como a manipulação vertebral são aceitas como técnicas para o manejo e tratamento da dor em pacientes com dores no pescoço (5,6).
Após uma manipulação espinhal mecanismos psicológicos, mecânicos, e respostas neuropsicológicas estão relacionadas a alterações no processo da dor, no sistema simpático e na excitação do sistema motor. (7,8). Estes mecanismos estão relacionados a uma cascata de mudanças periféricas e autonômicas no sistema nervoso e no sistema endócrino (5).
De qualquer forma uma única sessão de mobilização ou manipulação articular já produz efeitos neuropsicológicos em 5 minutos ou menos (9,10) ainda existem achados que sugerem que alterações bioquímicas podem modular a analgesia e mecanismos anti-inflamatórios em pacientes assintomáticos (5,11).
Objetivos do estudo: Examinar os efeitos imediatos da manipulação cervical na concentração de marcadores bioquímicos(oxitocina, neurotensina, cortisol e orexina)
A maioria dos estudos têm encontrado relação entre redução da dor e a manipulação espinhal, de qualquer forma os mecanismos pelos quais ocorrem as modulações e percepção da dor ainda requerem mais estudos.
Metodologia: 28 mulheres com dor mecânica no pescoço de origem inespecífica, com idade entre 20 e 45 anos, foram distribuídas de forma randomizada, em dois grupos um grupo de manipulação cervical (12) e o outro grupo de manipulação placebo (13).
Como critério de inclusão a dor persistente por menos de 30 dias que se agrava com o movimento ativo. Foram excluídas pacientes com câncer, espondilolistese, artrite reumatoide, anquilose, espondilite, e outras doenças nervosas e osteomusculares incapacitantes.
Foram coletadas amostras sanguíneas anteriormente ao tratamento, e imediatamente após a intervenção.
Protocolo de manipulação cervical
A manipulação foi realizada após avaliação, a manipulação foi executada exatamente no sítio da dor e ou da restrição com o paciente deitado em supino, em uma técnica de manipulação similar a técnicas de Quiropraxia.
Já o Protocolo de manipulação placebo foi realizada colocando o sujeito na mesma postura que a de manipulação cervical, porém sem realizar o thrust.
Resultados no grupo manipulação cervical houve melhora significativa, na comparação do pré com o pós para incremento a oxitocina (154.5 ± 60.1 vs. 185.1 ± 75.6, p = .012); neurotensina n (116.0 ± 26.5 vs.136.4 ± 34.1, p < . 001); orexina (52.2 ± 31.1 vs. 73.8 ± 38.8, p < .01); mas não houve diferença significativa na concentração de cortisol onde p=0,052; já no grupo placebo nenhum biomarcador apresentou diferença estatisticamente significativa.
Conclusão: Os resultados do estudo sugerem que os estímulos mecânicos promovidos pela manipulação cervical, altere de a expressão de neuropeptídeos e marcadores relacionados a nocicepção (oxitocina, neurotensina e orexina, mas não o cortisol) em mulheres com dores não específicas de origem mecânicas no pescoço.
Referencias
Gross A, Miller J, D’Sylva J, et al. Manipulation or mobilisation for neck pain: a Cochrane review. Manual Ther. 2010;15(4):315–333
Hoy D, Protani M, De R, et al. The epidemiology of neck pain. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2010;24 (6):783–792.
Raghavendra MHJ. Gender differences in the prevalence of cervical degenerative disc disease. American Academy of Pain Management Annual Meeting. 2016. [Accessed October 31, 2018]. Available from: http:// www.painmed.org/2016posters/abstract-186/
U.S. Department of Health and Human Services. What is the U.S. opioid epidemic? 2018. [Accessed October 31, 2018]. Available from: https://www.hhs.gov/ opioids/about-the-epidemic/index.html
Kovanur-Sampath K, Mani R, Cotter J, et al. Changes in biochemical markers following spinal manipulation-a systematic review and meta-analysis. Musculoskeletal Sci Pract. 2017;29:120–131.
Hidalgo B, Hall T, Bossert J, et al. The efficacy of manual therapy and exercise for treating non-specific neck pain: a systematic review. J Back Musculoskelet Rehabil. 2017;30(6):1149–1169
Lénárd L, László K, Kertes E, et al. Substance P and neurotensin in the limbic system: their roles in reinforcement and memory consolidation. Neurosci Biobehav Rev. 2017;85:1–20.
Clineschmidt BV, McGuffin JC, Bunting PB. Neurotensin: antinocisponsive action in rodents. Eur J Pharmacol. 1979;54(1–2):129–139.
Hegedus EJ, Goode A, Butler RJ, et al. The neurophysiological effects of a single session of spinal joint mobilization: does the effect last? J Man Manip Ther. 2011;19(3):143–151.
Coronado RA, Gay CW, Bialosky JE, et al. Changes in pain sensitivity following spinal manipulation: a systematic review and meta-analysis. J Electromyogr Kinesiol. 2012;22(5):752–767.
Plaza-Manzano G, Molina F, Lomas-Vega R, et al. Changes in biochemical markers of pain perception and stress response after spinal manipulation. J Orthop Sports Phys Ther. 2014;44(4):231–239.
Carraway R, Leeman SE. The isolation of a new hypotensive peptide, neurotensin, from bovine hypothalami. J Biol Chem. 1973;248(19):6854–6861.
Lénárd L, László K, Kertes E, et al. Substance P and neurotensin in the limbic system: their roles in reinforcement and memory consolidation. Neurosci Biobehav Rev. 2017;85:1–20
Aviso Legal:
*Este artigo é uma tradução livre, criada por Lucas Job, Fisioterapeuta, CEO do Projeto inFluir, com a única intenção de levar conhecimento para pessoas que não possuem fluência na língua Inglesa; o artigo original pode ser acessado em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5298567/
Comments