Efeitos da mobilização cervical e torácica e exercícios terapêuticos nas capacidades funcionais de i
- Fisioterapeuta Lucas Job
- 19 de out. de 2018
- 4 min de leitura
Artigo Original:
Effect of maitland mobilization in cervical and thoracic spine and therapeutic exercise on functional impairment in individuals with chronic neck pain
Autores: Keun-Su Lee, PT , Joon-Hee Lee, PhD
Revista: J. Phys. Ther. Sci. 29: 531–535, 2017
Tradução Livre e Adaptação de Lucas Job

Resumo:
Estudo Randomizado, Dois Grupos
Grupo I Exercícios terapêuticos para cervical e torácica alta
Grupo II Exercícios Terapêuticos para cervical e torácica alta somado as mobilizações articulares.
Intervenções de 60 minutos por dia três vezes por semana por duas semanas para ambos.
Resultados:
Utilizando a escala análoga visual da disfunção do pescoço e amplitude de movimento ativa como parâmetros, foi observado que ambos os grupos obtiveram melhoras, porém o grupo II melhorou mais a flexão lateral DIREITA e rotação à direita, o tônus dos músculos do trapézio melhorou em ambos grupos.
Métodos de Pesquisa: Foram incluídos 18 pacientes sendo divididos com dores não especificas no pescoço que visitaram o hospital de Cheongju (St. Mary’s Hospital) na República da Korea, por mais de três meses, elencados em 2 grupos de 9, conforme tabela 01.

Critérios de Exclusão: Cirurgia agendada para a coluna, danos neurológicos, fraturas na coluna, osteoporoses, artrites, neoplasias, doenças vasculares ou com problemas psiquiátricos.
As avaliações eram feitas através de:
Escala Análogo Visual (DOR)
Índice de disfunção do Pescoço (DOR + ADM + AVDs)
Amplitude de movimento da cervical (ADM)
Equilíbrio (mensurado pelo I Balance S)
Tônus muscular do trapézio superior (Eletromiografo Myoton PRO)
Função respiratória (espirometria)
As intervenções foram as seguintes:
Os exercícios terapêuticos envolviam, melhora da mobilidade, estabilidade, força muscular, propriocepção e reeducação do movimento, a intensidade dos exercícios foi ajustada de acordo com as habilidades físicas individuais (O que deixa o artigo bem amplo).
Para as intervenções de mobilizações terapêuticas foi utilizado o Maitland grau 3 e 4, dependente da condição do sujeito em tratamento.
Após o exame e localização das regiões dolorosas, um teste de movimento ativo era conduzido para encontrar qual articulação deveria ser mobilizada, assim como a qualidade do movimento examinado. Foi testado também o movimento intervertebral fisiológico passivo e o acessório, para encontrar quais as articulações produziriam os sintomas, ou as restrições ou os excessos de movimento e assim determinar quais articulações deveriam ser trabalhadas.
Não há críticas sobre a apresentação da metodologia estatística do trabalho está totalmente de forma condizente com os critérios utilizados atualmente.
Resultados
No início da coleta a escala análogo visual da dor e a disfunção na cervical não apresentavam diferença entre os grupos, o que ocorre na reavaliação (pós intervenção) favorecendo de forma estatisticamente significativa o grupo que recebem a intervenção de terapia manual, mesmo que ambos os grupos tenham apresentado melhoras comparados a si próprios.

Para as amplitudes de movimento, mesmo os autores relatando diferenças estatística significativas, o mesmo não é observado de forma CLÍNICA, pois a diferença gira em torno de 0,4º de amplitude e 1,5º de amplitude para a flexão cervical a direita e rotação da cervical a direita e essa diferença de amplitude pode ser até o posicionamento da ferramenta avaliatória, o mesmo também não irá afetar de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes por apenas 0,4 graus de diferença, outro ponto que não foi avaliado é, qual o lado de dominância de movimentos dos membros superiores dos sujeitos, pois isso poderia influenciar na qualidade do movimento ou tensão de trapézio superior, mas como clinicamente estes achados não são significantes apenas estatisticamente, não iria contribuir na discussão.

De qualquer forma, as diferenças pré e pós intervenção nos dois grupos grupos apresentaram significância estatística ao comparar com o próprio grupo.
Não foram encontradas diferenças significativas quanto a oscilação do centro de gravidade, apenas quando foi avaliada a oscilação dos participantes em piso macio com os olhos fechados, porém nenhum deles apresentava nenhum distúrbio ou déficit de equilíbrio anterior ao estudo.


Ao avaliar o tônus do trapézio superior observamos melhora na comparação pré x pós para os dois grupos, porém não há diferença significativa entre os grupos.

Discussão Os pacientes que sofrem de cervicalgias, normalmente apresentam outros problemas associados como redução do equilíbrio, problemas respiratórios, redução da mobilidade e amplitudes de movimento, assim como da propriocepção.
Na literatura atual são descritas como exercício e terapia manual as intervenção combinadas que apresentam melhores resultados nos tratamentos dos pacientes acometidos com cervicalgias. Miller J, Gross A, D’Sylva J, et al.: Manual therapy and exercise for neck pain: a systematic review. Man Ther, 2010, 15: 334–354.
Não foram encontradas resultados significativos nas alterações respiratórias, tão poucas estas foram apresentadas no estudo. O artigo sugere repetir um estudo em formato similar porém com maior número de sujeitos.
Em resumo os exercícios beneficiam pacientes com dores no pescoço; a terapia manual pode ser um “incrementador dos resultados”, porém mais estudos com grupos controle, apenas terapia manual, exercício e terapia combinada deveriam ser realizados para verificar a real influência da terapia manual.
Ao meu ver a terapia manual vem como um auxiliar, acelerando os resultados, de mobilidade, já que realiza os movimento acessórios em amplitudes que muitas vezes o paciente não conseguiria atingir sozinho, mas o resultado final da intervenção sem terapia manual, neste artigo em especifico, seria o mesmo (clinicamente falando, não estatisticamente) caso ela não fosse aplicada. O artigo original pode ser encontrado em:
Effect of maitland mobilization in cervical and thoracic spine and therapeutic exercise on functional impairment in individuals with chronic neck pain J. Phys. Ther. Sci. 29: 531–535, 2017.
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