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Tratamento de Estiramentos Musculares

Introdução


Estiramentos musculares são tão comuns quanto dores nas costas, não conheço uma pessoa que pratique atividades físicas, e por vezes mesmo os sedentários, que nunca tenha vivenciado um episódio de estiramento muscular.


Estima-se que entre 40% – 60% das lesões desportivas são em tecidos moles. Essas lesões musculares, normalmente acometem mais músculos grandes, bi-articulares, que trabalham em mais de uma articulação ao mesmo tempo.


Essas lesões podem ser diferenciadas em grau I, II e III.

1. Lesões de Grau I

No grau I, observamos uma lesão de um pequeno grupamento muscular, algumas fibras musculares rompem, nem sempre há a presença de edema, mas sentirá sempre um desconforto, ou dor, seguido, em alguns casos de redução da força e do arco de movimento.

2. Lesões de Grau II

No grau dois, já teremos um dano um pouco maior, com edema e hematomas presentes, muitas vezes em grande área, haverá perde de função no músculo, por dificuldade de contração, diminuído significativamente o arco de movimento e a força. É possível palpar o vazio onde ocorreu a ruptura muscular. A cicatrização demora em média de duas a três semanas.


E o sujeito poderá retornar a atividade física de forma gradativa, cuidadosamente e de preferência com acompanhamento multidisciplinar (fisioterapeuta e educador físico).

3. Lesões de Grau III

A lesão de grau III é muito mais severa, ela estende-se por secção transversa do músculo, ocorrendo ruptura de mais de 90% da área muscular, o edema assim como o hematoma são grandes, a falha na sequência do músculo é evidente a olho nu, sem a necessidade de palpação. O hematoma por vezes pode estar distante do local da ruptura, devido a ação da gravidade.


Essa lesão de grau III, necessita de cuidados muito intensos devido a dor e desconforto do paciente, e o sujeito poderá ficar de 3 a 4 meses afastados da pratica de exercícios apenas realizando a reabilitação.

Cuidados Gerais

De uma forma geral podemos dividir qualquer lesão em dois momentos agudo e pós agudo, dependendo do tempo do fato ocorrido.


Em suma para lesões de tecidos moles, na fase aguda é extremamente recomendado o método PRICE, (Proteção, Repouso, Gelo (ICE), Compressão e Elevação). É pratico, simples, pode ser realizado pelo paciente/cliente em casa sem a supervisão eminente, mas necessária a explicação e passagem de comando por escritos e demonstrados, sendo os dois mais importantes deles que a compressão não deve ultrapassar os 80mm de hg e o gelo não deve ficar mais de 20 minutos e no caso do sujeito ser diabético ou ter qualquer alteração circulatória não ultrapassar os dez minutos sem supervisão. Podem-se repetir o uso do gelo a cada hora.



Lembre-se que o uso do gelo pode

​​reduzir a temperatura muscular em torno de 3º a 7º e o fluxo sanguíneo no local em até 50%, por isso devemos tomar cuidado com os diabéticos e pessoas com problemas circulatórios.


E a elevação é útil devido a pressão hidrostática ser reduzida, no caso do corpo reduzimos a resistência hemodinâmica e melhoramos o retorno venoso, reduzindo assim o acúmulo de líquido no interstício.


*(interstício é o espaço entre as fibras musculares, tendões, e qualquer pequeno espaço microscópico ou não que pode-se acumular líquido no corpo.)

Existem diversas formas de conduzir o tratamento, aqui apenas descrevo uma, mas podem ser utilizadas diversas outras técnicas, como o tratamento com mobilizações articulares, ou bandagens rígidas ou elásticas, pode-se usar eletroterapia e outras técnicas alternativas.


Na fase pós-aguda pode-se; iniciar o trabalho de reativação da musculatura com exercícios isométricos (sem movimento, mantendo apenas um grau específico do movimento), com ou sem o incremento de carga externa, mas o importante é manter a contração sem dor.



Depois pode-se progredir para o treinamento isotônico, onde a carga permanece a mesma mas o ângulo muscular é dinâmico.


Por último os exercícios de desestabilização, e os de retorno a prática desportiva, até o cliente conseguir realizar sem dor suas atividades.


Como saber se o sujeito está com a amplitude total de seu movimento, simples compare-a ao lado não acometido, não tente alongar o sujeito mais do que o seu natural, compare sempre o lado acometido ao lado sadio.


Ser mais ou menos flexível, não mostrado resultados efetivos na prevenção de lesões, se fosse o caso, ginastas e contorcionistas nunca se lesionariam.


Não esqueça de fortalecer o músculo nós ângulos que o sujeito trabalha, tanto de forma isométrica quanto isotônica, e posteriormente o gesto desportivo.


Isso é de extrema importância para o retorno e prevenção de lesões, visto a nossa capacidade adaptativa seletiva e especificidade do treinamento.

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