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Mobilização Neural

A mobilização neural técnica desenvolvida por Bob Elvey, é um conceito que pode ser utilizado sozinho ou complementar as técnicas fisioterapêuticas mais difundidas.


Quando consideramos uma disfunção do sistema músculo-esquelético, geralmente não consideramos a possibilidade do envolvimento neural indireto. Observamos muitas compressões ou tensões musculares que comprimem os nervos. Porém inflamações no tecidos nervoso, não é diretamente o foco da maioria dos fisioterapeutas quando tratamentos dores periféricas.

Mobilização Neural, Nervo mediano

Ao contrário do que pensamos é comum o envolvimento dos nervos, em dores nos membros superiores e inferiores sem qualquer déficit neurológico. Sabe-se que o tecido neural pode ser responsável por este tipo de sintomatologia; por diversos fatores como compressão, inflamação tanto do nervo principal quanto do “nervi nervorum” ou em “aportuguesadamente” nervo do nervo.


Entender os teste é fácil, mas para que se saiba exatamente o que acontece pelos testes e tratamentos deve-se entender muito bem a fisiologia e anatomia do sistema nervoso periférico.

A dor pode ser do tipo nociceptiva, ou uma dor comum, causada por, resposta inflamatória, estímulo mecânico , químico. Sendo esta subdividida em local, visceral (referida) ou somática (referida).


Outra espécie de dor é a dor neuropática, é a dor que tem origem direta nas estruturas neurais. Causando dor local ou referida. Também pode ser por comprometimento do “nervi nervorum”. Esta dor neuropática pode ser resultado direta de danos às estruturas nervosas de fibras aferentes chamamos este tipo de dor de dor diestésica descrita como dor com queimação, sensação de choque elétrico, dor em pontadas e presença de alodinia, uma alteração de sensibilidade onde o estimula que normalmente não causaria dor, causa. Em contraste a dor do tronco nervoso é atribuída a aumento de atividade mecânica ou química dentro da bainha nervosa, uma dor por inflamação do tecido nervoso ou adjacente que infiltrará nele. Geralmente descrita como uma dor comum, como dor de dente, uma dor “familiar”, pode piorar com o alongamento, contração muscular ou palpação do nervo, também é descrita como uma dor profunda.


Este pensamento clínico pode nos levar a identificar algumas situações diversas; como por exemplo: Paciente com hérnia de disco ou em casos onde ocorre o sequestro. Há um estado de compressão e agentes inflamatórios somado, o que leva a sensações diferentes, e com tratamentos fisioterapêuticos diferentes.


Resumindo o pensamento podemos esquematizar da seguinte forma:


O Axônio danificado torna-se mais excitado, gera um impulso de dor espontânea, a função neurológica dica reduzida, a dor é neuropática, podendo esta ser uma neuropatia traumática ou compressiva por desvio postural – classificamos amplamente como compressão.


Observamos que neste quadro o paciente sente dor mesmo em repouso, e algumas provas como reflexo ou força muscular estão alterados.


Outro quadro comum seria um estímulo alterado no nervo ou "nervi nervorum", com presença de edema no nervo, o nervo torna-se sensibilizado, a função neurológica está normal, dor neurogênica ou do tronco nervoso – classificamos amplamente como inflamação.


Outros testes que veremos ao longo do texto nos auxiliaram a entender melhor estas dores e compará-las melhor, já que o tratamento para elas é diferente.


Um rápido exame subjetivo nos auxilia no diagnóstico.



No exame clínico iremos sempre comparar o lado avaliado com o contralateral. Devemos realizar o Exame subjetivo, o exame físico – postural, movimentação ativa e passiva(para estressar o tecido nervoso), testes para estresse do tecido nervoso, palpação neural e exame neurológico de reflexos, força sensibilidade.


Os sinais mais evidentes de disfunção do tecido neural são os seguintes:

1. Postura antálgica;

2. Alteração no padrão de movimento ativo;

3. Alteração do movimento passivo, que está relacionado com o grau da alteração do movimento ativo;

4. Respostas adversas aos testes provocativos do tecido neural, as quais precisam estar correlacionadas especificamente e anatomicamente aos itens 2 e 3;

5. Alodinia mecânica, em resposta a palpação de troncos nervosos específicos, correlacionadas especificamente e anatomicamente a 2 e 4;

6. Evidência do exame físico da causa local da dor neurogênica, a qual envolveria o tecido neural mostrando as respostas em 4 e 5.


É de suma importância o conhecimento de anatomia nesta parte dos testes, visto que o tecido neural tem a capacidade de adaptar-se a novas posturas e posições das extremidades corpóreas. Fazendo valer desse conhecimento o fisioterapeuta pode estressar seletivamente os nervos específicos de forma individual, como parte do seu exame físico. Pois quando o tecido neural está inflamado/sensibilizado o movimento do membro acaba mudando sua posição e causando um estímulo mecânico provocativo interpretado como dor.


Para relembrar a anatomia do plexo braquial :


Plexo Braquial  - Troncos e Fascículos

Acima a divisão básica em Troncos e Fascículos e sua formação nervosa final e logo abaixo temos os nervos colaterais importantes para o tratamento, pois conseguimos delimitar especificidades de quais nervos e quais vértebras estão com problemas.


Plexo Braquial - Esquema de Cores

E se você leu nosso último artigo sobre os escalenos, irá compreender ainda melhor qual a importância desses músculos sobre o plexo braquial, assim como da clavícula e do peitoral menor.


Primeiro vemos aqui apenas a estrutura dos nervos, vértebras e a primeira costela:


Plexo Braquial

Nesta próxima imagem vemos a importância dos escalenos, clavícula e Músculo peitoral menor, e como eles podem gerar compressões ao longo do trajeto dos nervos do plexo braquial.


E aqui uma vista lateral de um modelo 3d do plexo, escalenos, clavícula e peitoral menor.



Compreender a complexidade desta anatomia auxilia os profissionais no tratamento de algias relacionadas aos nervos assim como de desconfortos secundários.


Testes básicos para a avaliação do estresse sob as estruturas neurais da cervical, para aumentar a compressão nos forames intervertebrais devem ser realizados, com um inclinação ipsilateral uma rotação contralateral e um extensão da cervical.


A extensão da cervical “afrouxa” o tecido nervoso, já a flexão o estende e estressa mais em caso de inflamação.


Em caso de nervos pinçados o alongamento não aumenta os sintomas, apenas se há inflamação conjunta.


A inclinação contralateral da cervical estressa todo plexo braquial, porém tem maior ação sobre C4-C7.


A depressão da cintura escapular estressa todas raízes.


A abdução do ombro causa tensão de C5-C7.


Todos este movimentos e posturas servem apenas para nos auxiliar no diagnóstico e no tratamento, nos próximos artigos vou abordar os testes de forma exemplificada para facilitar a compreensão da técnica.



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