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Efeitos de mobilizações do Maitland no Sistema Nervoso Simpático

Artigo Original


An investigation into the effects of applying a lumbar Maitland mobilisation at different frequencies on sympathetic nervous system activity levels in the lower limb


Autores: Victoria Piekarz e J.O. Perry


Para citação: Piekarz V, Perry J, An investigation into the effects of applying a lumbar Maitland mobilisation at different frequencies on sympathetic nervous system activity levels in the lower limb, Manual Therapy (2016), doi: 10.1016/j.math.2016.01.001.


Introdução:

Imagem ilustrativa não é relativa as condutas do artigo

Diversos guidelines são publicados anualmente e muitos deles recomendam a terapia manual como uma ferramenta importante no tratamento das disfunções da coluna lombar.


Geoffery Maitland em 1965 foi um dos primeiros fisioterapeutas a realizar ações de mobilização e oscilação como técnica articular, (Banks, 2010), segundo algumas pesquisas cerca de 42% dos fisioterapeutas utilizam técnicas de maitland para tratar dores lombares. (Gracey et al.2002)


A velocidade dessa oscilação variava muito, [Comentário Pessoal: quando fiz minha formação em terapia manual pelo Manual Concepts Institute da Austrália falavam em média 1 oscilação por segundo ou até menos], em 2001 Maitland sugeria padrões de oscilação de 0,5HZ por segundo, mantendo esta oscilação entre 30-60 segundos para redução da dor lombar. Snodgrass et al. (2006) pesquisou a frequência mais utilizada por terapeutas e verificou uma frequência de 1HZ ou seja uma oscilação por segundo.


Em 1991 os pesquisadores Lovick e Kuraishi et al. iniciaram pesquisas sobre o método de Maitland e suas implicações no sistema nervoso simpático e parassimpático, observando respostas analgésicas relacionadas ao aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e frequência respiratória, evidenciando atividade das fibras periaquedutais descendentes.


Estes autores sugeriram que a terapia manual poderia influenciar o controle central da dor no cérebro modulando a dor; resultando em hiperalgesia central e respostas sinápticas excitatórias através de estimulação de segmentos espinhais. (Bialosky et al., 2009; Wright, 1995).


Objetivo:

O objetivo deste foi verificar se oscilações de maitland na coluna lombar com frequência de 2Hz e 3Hz possuem efeitos sobre o Sistema Nervoso Simpático.


Métodos:

60 participantes homens, sem dor lombar, que nunca haviam realizado fisioterapia, entre 18-25 anos de idade (média 21,53 +/- 2,19), sem doenças da coluna lombar.

O terapeuta já possuía 10 anos de experiência em terapia manual, e ainda foi treinado para manter a consistência da pressão e o ritmo de 2Hz e 3 Hz, por 1 minuto 3 vezes.


Os participantes foram divididos em 4 grupos.

Força aplicada a L4 de 101 Newton (N) por 1 minuto, sem oscilação

Grupo controle - Nada foi feito

Grupo 2Hz força média de pressão entre 94-109 N, total de 120 oscilações por minuto

Grupo 3 Hz força de pressão entre 94-109 N, total de 180 oscilações por minuto

Para captura das alterações do SNS (Sistema nervoso simpático) foram posicionados eletrodos nos artelhos, entre o 2º e 3º dedos, na raiz nervosa correspondente ao segmento lombar mobilizado entre L4-L5, o nervo médio plantar que inerva a planta do pé e dos dedos, o posicionamento do aparelho seguiu o as recomendações do BIOPAC, aparelho utilizado foi o Biopac MP35 electro-dermal activity amplifier da Biopac Systems Incorporation, California.


O Experimento como um todo após o posicionamento dos eletrodos demorou cerca de 20 minutos, seguindo a seguinte sequência:


8 Minutos para o corpo tornar ao ponto basal.

2 minutos de gravação das ondas do SNS no modo basal

1 minuto de intervenção

1 minuto de descanso

1 minuto de intervenção

1 minuto de descanso

1 minuto de intervenção

1 minuto de descanso

5 minutos de descanso pós intervenção.


Resultados:


Não houve diferença estatística quanto a composição corporal dos sujeitos de nenhum dos 4 grupos.


*diferença estatística entre o grupo 3Hz do momento intervenção com o momento pós.


Os resultados sugerem que as diferenças no percentual do SNS para oscilações de 3HZ tem uma resposta maior no SNS cerca de 20% de alteração ao comparar com o período basel ao passo que 2Hz proporcionou 12,4% , quanto o placebo e o grupo controle obtiveram respostas muito pequenas de 3,2% e -1,3%.


A análise estatística sugere que há diferença estatística durante a intervenção do grupo 3Hz para o grupo placebo e grupo controle mas não entre o grupo 3Hz e 2Hz, porem o grupo 2Hz não se apresenta superior estatisticamente que os grupos placebo ou controle, e os grupos placebo e controle apresentam p=1.


Já no período pós intervenção a análise estatística sugere que apenas o grupo 3Hz apresentou melhora ao ser comparado com o grupo controle e não com os demais.


Conclusão:


O estudo em questão sugere que uma mobilização central em direção póstero-anterior na região de L4 com a frequência de 3Hz possibilita a ignição da cascata de reações neurofisiológicas que associam a terapia manual a uma relativa analgesia ou hipoalgesia, medido através da relação de redução da percepção do SNS em mensuração pela região plantar dos artelhos a raiz nervosa correspondente a L4-L5.


Bibliografia:


Banks, K. (2010) ‘In Tribute: Geoffrey D. Maitland, 1924–2010’. Physical Therapy. 90: 326

Gracey, J., Donough, S. and Baxter, D. (2002) ‘Physiotherapy Management of Low Back Pain: A Survey of Current Practice in Northern Ireland’. Spine. 27: 406 – 411


Lovick, T. (1991) ‘Interactions between descending pathways from the dorsal and ventrolateral periaqueductal grey matter in the rat’. In: The Midbrain Periaqueductal Grey. By Depaulis, A., Bandler, R. New York. Plenum Press. Pages 101-120.


Maitland, G., Banks, K., English, K. and Hengeveld, E. (2001) Maitland’s Verterbal Manipulation, 6th Edition. Boston. Butterworth-Heinemann. Page 282 M


Kuraishi, Y., Kawamura, M., Yamaguchi, T., Houtani, T., Kawabata, S., Futaki, S., Fujii, N. and Satoh, M. (1991) ‘Intrathecal injections of galanin and its antiserum effect nociceptive response of rat to mechanical but not thermal stimuli’. Pain. 44: 321 – 324


Bialosky, J., Bishop, M., Price, D., Robinson, M. and George, S. (2009) ‘The Mechanisms of Manual Therapy in the Treatment of Musculoskeletal Pain: A Comprehensive Model’. Manual Therapy. 14: 531 – 538


Wright, A. (1995) ‘Hypoalgesia post-manipulative therapy: A review of a potential neurophysiological mechanism’. Manual Therapy. 1: 11 – 16


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