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Abordagem Individualizada vs Orientações Domiciliares

O artigo original " Individualised functional restoration plus guideline-based advice vs advice alone for non-reducible discogenic low back pain: a randomised controlled trial" de Alexander Y.P. Chan e colaboradores, pode ser acessado em:


Neste breve resumo trarei os principais pontos do estudo.



Fisioterapia individualizada mais orientações domiciliares versus apenas orientações domiciliares para dores lombares irredutíveis com discogênica um estudo controle randomizado.



O Objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da fisioterapia individualizada seguida de orientações ao paciente versus orientações através de “guidelines” em pacientes com Dor discogênica não redutível em 10 semanas, 26 semanas e 54 semanas após os atendimentos.


“Apesar de muitos autores consideraram este tipo de estudo como “com grupo controle”, devemos fazer uma ressalva que há uma intervenção no grupo controle, então são dois grupos experimentais, um apenas orientações e o outro “orientações” mais intervenções individualizadas. Um grupo controle se caracteriza pela não intervenção no grupo, para que o efeito de técnica, terapia, medicamentos, ou conselhos, não seja observado e possa-se controlar o efeito da técnica em estudo.” - opinião própria - L.Job



Foram 96 participantes com diagnóstico clínico indicativo de dor discogênica não-redutiva, por no mínimo 6 semanas e no máximo 6 de início dos sintomas, onde os sujeitos não poderiam ter participado de outros estudos similares para controle de dor lombar.


O restabelecimento da função foi definido como uma abordagem multimodal no controle da dor que incorpora um tratamento compreensivo, comportamental e cognitivo, juntamento com o entendimento da medicina física para corrigir padrões disfuncionais ou déficits de função.


“Sabemos que a dor não é apenas um componente mecânico, ela pode e vai se agravar se os componentes pisco-comportamentais também estiverem em desordem; também pode ser entendido o assunto no artigo do blog, sobre teoria da mente”. - vide link



A intervenção No grupo “Atendimento mais orientações” foi realizado durante o período de 10 semanas 10 atendimentos fisioterapêuticos individualizados para reestabelecer a função seguido de orientações para manutenção e evolução do tratamento em casa. O grupo “orientações” foram feitos dois encontros de 30 minutos cada apenas com orientações descritas. No primeiro encontro os sujeitos recebiam estas orientações por escrito “entendo como um folder”, onde foram apresentadas explicações sobre modelos anatomopatológicos da dor dos participantes, com ressalvas sobre o prognóstico, instruções para manter-se ativo e orientações sobre técnica de levantamento. No segundo encontro foram revisadas as orientações dados anteriormente.


No grupo “Atendimento mais Orientação”, os atendimentos duravam 30 minutos durante 10 semanas e foram realizados por 15 fisioterapeutas diferentes em pelo menos 15 centros de reabilitação de Melbourne na Austrália, os sujeitos também foram orientados como o grupo “Orientação”, o tratamento de cada sujeito foi individualizado, pensado por cada fisioterapeuta, após hipotetizar causas e mecanismos de lesão, baseado no estudo anatomopatológico e clinico do indivíduo.


Basicamente o programa de reabilitação foi baseado no restabelecimento da função, treinamento do controle motor da musculatura profunda do abdome, lombar e assoalho pélvico. Iniciando com posições sem sobrecarga para coluna e progredindo para exercícios funcionais direcionados para cada paciente levando em considerações suas ações diárias e no trabalho.


Juntamente com o tratamento fisioterapêutico os sujeitos recebiam tratamento cognitivo comportamental para reestruturar crenças e comportamentos não benéficos e reforças padrões que haviam sido reeducados nos atendimentos.




Foram avaliados a dor lombar e em membros inferiores, assim como um questionário para limitação de atividade (Oswetry Dissability Index).


Os resultados foram uma diferença entre os grupos favorável para os atendimentos individualizados sobre o grupo de apenas orientações em todos os quesitos tanto dor lombar, na perna e no questionário de Oswertry tanto para 10 semanas como após 26 semanas, estes resultados sugerem que os achados foram clinicamente importantes.


Abaixo seguem os gráficos sobre controle da dor lombar, dor em membros inferiores e questionário de disfunção de Oswestry, onde a estatística aponta que na décima semana houve a maior diferença estatisticamente significativa entre os grupos, onde a dor lombar que era idêntica na semana 0, passou a ser 1,3 menor no grupo atendimento individualizado p=0,026.


A Dor em membros inferiores que era idêntica na semana 0, reduziu mais no grupo atendimento individual e encontramos uma diferença de 1,6 entre os grupos p=0,009. Assim como as limitações pelo questionário de Oswestry, que eram idênticas na semana 0, e reduziram mais no grupo do tratamento individualizada, apresentando uma diferença após 10 semanas de 6,3 pontos entre os grupos e um p=0,014. E mesmo após 26 semanas a diferença na pontuação do questionário de Oswertry continuava, diferença de 6,6, p=0,013.


Todos indicativos de melhora, porém nem sempre uma melhora estatisticamente significativa mas sim, clinicamente significativa.



Em conclusão os pacientes com dor discogênica não redutível entre 6 semanas e menor que 6 meses de duração, respondem melhor a um tratamento individualizado de 10 semanas para dor lombar, em membros inferiores e capacidade funcional, este último achado perdura por 26 semanas subsequentes para as avaliações funcionais. Os resultados desse estudo sugerem que indivíduos com dor discogênica não redutível após 6 semanas, devem considerar um programa de fisioterapia individualizado por pelo menos 10 semanas.

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